Um preso foi libertado da Cadeia Pública de Natal, no bairro de Potengi, zona norte da capital, neste fim de semana, mas se recusou a sair da unidade prisional.
Agentes penitenciários tiveram de tirar Jackson Damião Silva, 20, da cela pelo braço e levá-lo à secretaria da cadeia para assinar o alvará de soltura expedido pela Justiça. Na tentativa de continuar preso, Silva rasgou a papelada e disse que os funcionários não iriam fazê-lo sair.
"Foi impressa uma segunda via do documento e conseguimos fazê-lo assinar os papéis de novo, mas, ao sair da cadeia, ele se sentou na calçada e ficou dando um tempo. Logo depois, assaltou um casal de advogados que estava chegando ao local, para que fosse preso novamente", contou a diretora da cadeia, Dinorá Simas.
Ela disse que o roubo ocorreu no horário de visitas, quando havia movimentação de familiares dos presos fora do presídio, e gerou tumulto. Foi preciso que policiais militares, que fazem a guarda externa dentro de guaritas, atirassem para o alto para conter o tumulto e Silva ser preso novamente.
"Apesar de ele ter cometido um delito ainda na porta da cadeia, não poderíamos colocá-lo de volta na cela. A polícia o conduziu à delegacia para ser lavrado um novo auto pelo delito. Agora, ele deverá ser transferido para o sistema prisional novamente", explicou Simas.
Ele estava na Cadeia Pública de Natal havia apenas 24 horas pelo crime de assalto com arma branca. Ao ser detido novamente, segundo a diretora, o preso teria afirmado: "Eu não disse que voltava?".
Silva foi levado para a 12ª delegacia da Polícia Civil de Natal, no Potengi, para passar pela triagem e ser reconduzido ao sistema prisional. Nesta sexta-feira (21), foi encaminhado para o Hospital João Machado, que trata de doentes psiquiátricos, por estar muito agitado.
A ação do preso chamou a atenção de quem trabalha no sistema prisional. "Enquanto a maioria dos presos quer sair da prisão, vivem tentando fugir, aparece esse detento fazendo confusão para ficar. Nunca vimos uma atitude dessas aqui no sistema prisional do Rio Grande do Norte", destacou o coordenador de Administração Penitenciária do Estado, Durval Franco.
"É uma situação complicada, porque a cadeia está superlotada. Ele voltando ao sistema vai contribuir com essa superlotação. Não sabemos por que ele quis ficar, mas pode ser que ele tenha visto que aqui recebe as três refeições e lá fora ele teria dificuldades de conseguir", disse a diretora.
A Cadeia Pública de Natal atualmente está superlotada. A unidade tem capacidade para 185 presos e tem 420 internos.
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